Gerra Civil (morre um heroí)

Criado por Joe Simon e Jack Kirby, teve a sua primeira aparição em 1941 e foi um dos personagens mais populares da Marvel Comics, na altura ainda conhecida por Timely.Com o rebentar da segunda Guerra Mundial, o mundo vivia tempos negros. O jovem Steve Rogers, órfão de pai e mãe, escandalizado com o que ouvia na rádio sobre a crueldade cometida pelos Nazis, decide alistar-se no exército Americano. Mas o seu aspecto frágil e pouco saudável faz com que o seu pedido seja recusado. Contudo a sua coragem não passou despercebida aos olhos de outros e foi convidado a participar em uma experiência científica cujo objectivo era ajudar a América a vencer a Guerra(como sempre ¬¬'). Essa experiência consistia em testar um soro, que iria aumentar as capacidades físicas de todos os soldados Americanos(¬¬"), tornando-os mais fortes, rápidos e com maior resistência a doenças e ferimentos, iria chamar-se o “Soro do Super Soldado”. A experiência foi um sucesso, mas antes que mais super soldados pudessem ser criados o cientista responsável pelo soro é assassinado por um espião Nazista. Após um treino militar intensivo, Steve tornou-se um símbolo de esperança e justiça, para o povo Americano, Steve tornou-se no Capitão América. Nos últimos meses de Guerra, é dado como desaparecido durante uma missão e o seu corpo nunca encontrado. Anos mais tarde (1960 - 1970) a equipe “Os Vingadores” encontra o seu corpo em hibernação dentro de um iceberg, no Norte do Atlântico. Graças às propriedades da fórmula de “Super Soldado” Steve sobreviveu ao processo de congelamento e o herói e defensor dos valores americanos estava novamente entre nós. Desde 1941 até aos dias de hoje que o Capitão América tem defendido os seus ideias, este é o ano em que o homem que simbolizava o sonho Americano, morreu.

Mas não é possível falar da morte deste herói, sem falar primeiro da “Gerra Civil”, a mais recente saga épica da Marvel e onde os eventos que conduziriam à sua morte realmente começaram. Imaginem um programa de televisão como o “COPS”, só que em vez de câmaras de TV a seguir políciais durante o seu trabalho iriam seguir Super Heróis, neste caso em particular o grupo conhecido como “Os Novos Guerreiros”. Mais uma referência aos tempos em que vivemos, onde os programas "Reality shows" são cada vez mais populares. O problema dos Super Heróis, é que implicam a existência de Super Vilões e certo dia durante um dos episódios do programa que falava, “Os Novos Guerreiros” encontraram um grupo de vilões entre os quais estava o Nitro (Nitro é um vilão com o poder de explodir e posteriormente reagrupar as moléculas do seu corpo). Numa tentativa de aumentar as audiências, decidiram tentar prender este grupo sozinhos, em vez de contactarem equipes mais especializadas. Para escapar de uma eventual captura Nitro usa o seu poder ao lado de uma escola e o resultado é devastador, com a morte de centenas de crianças passando ao vivo na televisão. O incidente foi a gota de água necessária, para que o Governo dos Estados Unidos ordenasse a aprovação da lei de registro obrigatório para Super Humanos. De agora em diante todos aqueles que possuírem Super Poderes serão obrigados a registrar-se sob pena de prisão. É estritamente proibido o exercitar da função de Super Herói, sem o total supervisionamento do Governo. Ser um Super Herói será mais uma profissão do estado, com direito a férias e pensões, porém todos aqueles que recusarem e continuarem a atuar na sombra serão severamente punidos pela lei. Obviamente que a aprovação desta lei iria ter consequências drásticas, uma vez que as opiniões dos heróis variam entre eles. Alguns pensam que os tempos mudaram, que a população já aguentou demasiado tempo este jogo de máscaras e que está na altura de fazer as coisas de outra maneira. Por outro lado há o grupo que defende as máscaras como uma tradição e que o simples facto de revelarem a sua identidade, pode por em perigo aqueles que mais amam.

O Capitão América é o homem escolhido para liderar um grupo cuja missão é a de prender todos os Super Humanos que se recusarem a se registrar. Afirmando que jamais vai perseguir aqueles que arriscam as suas vidas todos os dias a defender o País, recusa a oferta e cria um movimento de resistência “anti-registro”. É Tony Stark (Homem de Ferro) que acaba sendo o rosto desta lei. Ele tem uma visão para o futuro, a criação de uma equipa de Super Heróis legalizada em todos os Estados, criando assim uma América mais segura para todos. Uma vez que os dois grupos apresentam pontos válidos, alguns dos heróis simplesmente optam por se afastar deste conflito, como é o caso do Doutor Estranho, o feiticeiro mais poderoso da Terra e talvez o único homem com o poder de terminar esta guerra, mas que opta por se afastar e deixar a decisão nas mãos dos seus companheiros. Numa tentativa de ganhar vantagem e vencer esta guerra o mais cedo possível, Tony Stark e Reed Richards (Sr Fantástico) começam a recrutar super vilões para a sua equipe e a construir um Super Robo, com poderes similares aos de Thor. Em uma das batalhas este Robo acaba assassinando Golias um aliado do Capitão América, o mais antigo amigo de todos. Tal ação foi responsável pelo abandono de alguns dos membros do movimento “pró-registro”, entre eles o Homem Aranha, a Mulher Invisível e o Tocha Humana, que optam assim por se aliar ao lado do Capitão América. Até o Justiceiro, um vigilante sem poderes que se manteve afastado desta guerrilha, se alia ao Capitão quando descobre que Tony Stark usa Super Vilões na sua missão, algo que ele não pode tolerar. Durante uma batalha severa entre as equipes, em que o lado do Capitão América estava prestes a vencer, este percebe-se dos estragos que ele e a sua equipe têm causado na cidade e mais importante, vê nos olhos do povo que eles apoiam o movimento “pró-registro” e não o seu. Nesse instante o Capitão manda recuar os seus homens e entrega-se às autoridades, terminando a guerra.

Acusado de múltiplos crimes é assassinado a caminho do tribunal de justiça, no que aparenta ser um plano de vingança do seu mais antigo inimigo, o Caveira Vermelha. No tempo em que o Capitão América lutava contra os Nazistas era fácil saber qual o lado correto e quem eram os “bons”. Nos dias de hoje essa divisão entre o bem e mal é cada vez mais difícil de distinguir. Nas próprias palavras da editora, a história foi escrita como uma alegoria aos acontecimentos do ato patriótico, da guerra ao terrorismo e dos ataques do 11 de Setembro. Numa América que atualmente é mais criticada do que amada, não se terão perdido ao longo do caminho alguns dos valores que eram simbolizados por este personagem? Mais do que a morte de um herói, não terá sido a morte de um símbolo? Resta-nos agora saber se esta morte será permanente ou mais uma estratégia, como aconteceu com “A morte do Super-Homem” há alguns anos atrás. Pessoalmente tenho a certeza que daqui a uns anos ele voltará, afinal de contas isto é banda desenhada e alguns heróis voltam sempre. ^^'

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