Reminiscências de um Gago em seu Exílio

Quando a gente cresce e percebe o quão as coisas eram fáceis no tempo de criança. O cheiro aconchegante dos pais e as brincadeiras incessantes com os amigos, coisas que fazem o ser humano se sentir bem mesmo quando se é pequeno.

Das brincadeiras de esconde-esconde, dos desenhos e seriados japoneses hipnóticamente assistidos com veemência e representados com coreografias e lutas logo após acabarem.

Dos inúmeros video-games e jogos que me fizeram rir, das idas à praia na época em que eu gostava de praia, das idas ao parque quando se gostava de parque(se bem que eu ainda gosto).

A vontade de ser criança denovo é sempre bem latente pensada, da época em que algodão doce e o vinil do Jaspion me faziam delirar. Aí vem a adolescência pra acabar com a nossa pureza, vem a vontade de comer música com uma voracidade cega e com um radicalismo extremamente estúpido e inútil. Vêm as burradas e erros imperdoáveis que cometemos aos quatorze, seguidos pelos quinze e menos cometidos pelos dezesseis, que desejamos nunca ter cometido.

Vêm as roupas de preto em dia pleno de sol rachante, correntes de aço e gritos desafinados, espasmos de hormônio e mudança de comportamento repentino. A época em que nós nos sentíamos o aço inoxidável, ou na melhor moda americanizada: eramos o Stainless Steel, invencíveis e prepotentes. Vem o começo das inúmeras desilusões e ilusões amorosas(que até hoje me acompanham), o comportamento autêntico do "mal do século" influenciado por Lord Byron ( sem ao menos saber quem é Lord Byron e o que é "mal do século" ). Vêm as infinitas notas baixas(frequentes ainda hoje) e as brigas familiares sem motivo algum de existir. E as crises existenciais mais engraçadas que alguém pode ter.

Aí a gente cresce e percebe que o quanto nós erramos, o quanto temos que mudar. Chega a responsabilidade e a maioridade cobrando e confiscando todas as atitudes imaturas sem ao menos dar prazo. Aí se aprende de verdade o que é música, e se entende quem nem todo mundo tem a obrigação de entender de música ou outro gênero tão bem quanto você, aprende-se a respeitar a ignorância alheia, pois ignorante também se é em vários outros gêneros. Aprende-se que amor e paixão são coisas completamente diferentes. Vem a responsabilidade profissional, de pretender ser um bom profissional e fazer por onde ser, de ter disciplina e de começar a ter hábitos que antes não existiam. Vem o comportamento centrado e menos impulsivo ( logicamente em proporçoes condizentes à personalidade ), vem o sorriso com sentido de sorriso e o choro com sentido de choro, vem o mais forte resquício emocional e amoroso deixado e perpetuado pela adolescência.

Tudo completamente normal, tudo completamente visível dentro dos olhos do hoje. Então sobra apenas lembranças, meras lembranças que irão se reproduzir e se fantasiar pra sempre. Nos fazendo cada vez mais pisar em terra firme e fazer o nosso marco, a nossa história.

Hoje, caros amigos, eu tenho 22 anos e continuo o menino dentro de um projeto de homem, ainda fascinado por cultura Japonesa (Otaku), lendo Harry Potter, ouvindo música e jogando video-game. Ainda intransigente sem querer, ainda exagerado e engraçado pra não deixar que nada possa ser pior do que eu consiga imaginar, ainda chato e cético em excesso e sem motivo, ainda cometendo burradas que me fazem refletir.
Aí a gente cresce e percebe o quanto somos meninos, o quanto ainda precisamos crescer.



"Obrigado a todos os meus amigos que lembraram da minha existência trancafiada nessa Ilha (Lost) confortável, e acima de tudo, obrigado a minha Mãe e minha Avó por me fazerem ser o que eu sou hoje, e o que serei amanhã."
"O exílio"

É o estado de estar longe da própria casa (seja cidade ou nação) e pode ser definido como a expatriação, voluntária ou forçada de um indivíduo. Também pode-se utilizar as palavras, banimento, desterro ou degredo. Alguns autores utilizam o termo exilado no sentido de refugiado.
Além de pessoas em exílio há governos em exílio, como o do Tibete ou nações em exílio, como foi o caso da Armênia de 1078 a 1375, que depois da invasão de seu território por tribos seljúcidas, exilou-se na Cilícia, formando um novo reino.

Comentários

  1. Olá, anderson...como vai...cara gostei de seu blog...espero poder sempre esta por aqui viu...abraço e fica com DEUS...

    Leonardo Henrique (Natal-RN)

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