Razão

É realmente irônico para algum pretenso intelectual, encalacrado em tudo o que a Academia pode ditar, deixar-se levar por sensações. De fato, o objetivo daquele que se entende por Humanista é o de sempre se guiar pela razão, recusando a vulgaridade da empiria e das intuições. Não o meu.

A sinestesia é, sem dúvidas, uma das formadoras de meu pensamento. Antes de pensar, apenas sinto. Não algo como presságio ou intuição, mas o pensamento em si, introspecção tão profunda e obscura quanto cognoscível. Clara, precisa, ainda assim intraduzível. Como ver o pensamento e não palpá-lo.

Esse é um dos meus maiores impedimentos ao começar a escrever um texto. Apesar de senti-lo, compreendê-lo, ainda não conheço sua forma. É uma frustração inicial que constantemente me ocorre.

Depois de traduzir com a razão a sensação que o pensamento me impôs, através de palavras, escrevo o texto. Então obtenho um dos meus maiores prazeres, ao dar forma àqueles pensamentos-sensações. Puro arrebatamento intelectual!


É impossível para um homem aprender aquilo que ele acha que já sabe.

-Epíteto-

Comentários