Harry Potter E as Relíquias da Morte Parte 1: Eu vi Parte 2 de 2

“A morte é apenas uma travessia do mundo, tal qual como os amigos que atravessam o mar e permanecem vivos uns nos outros. Porque sentem necessidade de estar presentes, para amar e viver o que é onipresente. Nesse espelho divinino vêem-se face a face; e sua conversa é livre e pura. Este é o consolo dos amigos e embora se diga que morrem, sua amizade e convívio estão, no melhor sentido, sempre presentes, porque são imortais.”

William Penn, More Fruits of Solitude.

Se tem uma coisa que o Harry sempre teve que enfrentar, essa coisa foi a morte, a mesma que levou a vida dos pais, a do seu padrinho e principalmente a do seu mentor e amigo Alvo Dumbledore. E digo que a morte foi algo bem explorado nesse filme, botando ela como um dilema para o personagem principal, no sentido de que Harry não quer os outros morram por ele.

Bem, no ultimo texto eu tinha parado bem na parte em que Lupin manda Harry fugir e com um pouco de relutância o mesmo pega e realiza a fuga com os amigos Rony e Hermione, então o trio se vê numa rua bem movimentada numa praça chamada Piccadilly Circus diferente do livro que foi na rua Tottenham Court, mas tirando essa pequena diferença nessa parte é explicada a função e tudo que a bolsinha da inteligente bruxa carrega. A cena do café, mesclada com a garçonete toda chata ouvindo música e pouco se importando com o pedido dos jovens está realmente ótima. Não foi mencionado o tabu no nome Voldemort, mas durante duas vezes no filme ele é claramente identificado como tabu. A primeira vez é nesta cena, pois logo após Hermione cogitar seu nome os Comensais da Morte chegam disfarçados.

Nos momentos seguintes no vemos numa batalha impecável. Muito realista. Sem grandes efeitos, mas apenas com os que a cena pedia que mostrassem a realidade do mundo bruxo. Rony mostra-se realista, quase vingativo, mas isso é parte da brilhante atuação que eu já falei, e foi muito que o Yates deu esse espaço para o trio atuar bem melhor.

Então somos levados ao Largo Grimmauld, onde o trio aparata na rua e não nos degraus da casa, como relatado no livro. Então quando eles entram e vemos o vulto feito de areia com a aparência de Dumbledore que eu achei bem legalzinho, depois vemos que Rony e Hermione realmente dormiram de mãos dadas e estão muito mais próximos nesse último filme, realmente demonstrando que gostam um do outro. Harry visita o quarto de Sirius e acha um livro de Batilda Bagshot, mas não encontra nada da carta de sua mãe. Rony é quem descobre que R.A.B. é Régulo Arturo Black, irmão de Sirius. Monstro conta apenas fragmentos da história de seu senhor, Régulo, e nada fala sobre ter ido resgatar o mesmo na caverna onde Dumbledore tomou a poção envenenada. Harry não dá o medalhão à Monstro, mas o mesmo vai em busca de Mundungo. Outra coisa que eu fiquei bem chateado foi que não teve a visita de Lupin no Largo Grimmauld, ou seja, Harry e Lupin não brigam e, ainda, não sabe que se tornará padrinho de Teddy.

Depois temos uma cena em que através de um pronunciamento o novo ministro da magia Pio Ticknesse é relatada a comissão sobre o registro dos nascidos trouxas e a procura insaciável de Harry por parte do Ministério da Magia, designando-o como o "Indesejável Nº 1". As ameaças se estendem a todo mundo bruxo e aos funcionários do Ministério da Magia.

Desde do livro 5 e até nos outros livros eu fiz um paralelo entre o nazismo e Voldemort e vejam a minha felicidade quando o Yates trabalhou brilhantemente jogando na atmosfera do filme uma alusão ao nazismo. Os caçadores de recompensas usam braçadeiras vermelhas, o oposto das braçadeiras azuis que os alemães obrigavam os judeus a usarem. Notem que eles andam em bando e sempre maltratando alguém que será preso e até morto injustamente, sem qualquer julgamento descente que sequer o mesmo possa se defender. Sem falar na quantidade de panfletos produzidos contra Harry e os contra os chamados "sangues puros", o mesmo ideal nazista de "apuração da raça". Lembro-me de uma frase relatada nos livros de que "não há um só bruxo que tenha o sangue completamente puro neste mundo", o que é a verdade. Esta metacrítica sobre o sistema nazista foi brilhantemente tratada por J.K. E agora adaptada e reproduzida no filme.

Bem deixando as minhas nerdices de lado voltemos ao filme. Na cena seguinte vemos Rony e Hermione tocando piano na Mansão herdada por Harry, algo novo, mas muito bem elaboradodo no contexto da história. Mundungo é capturado por Monstro e Dobby, que retorna à série incrivelmente carismático, cativante e engraçado. Contudo este capítulo está muito bem adaptado e produzido, gostei muito.

Não são mostrados os planos de ataque e penetração no Ministério da Magia. O desenvolvimento de Harry, Rony e Hermione se tornarem Alberto Rucorn, Reginaldo Cattermole e Mafalda Hopkirk é o mesmo do livro, com muita fidelidade. A forma de entrando pelo banheiro e o trio analisando a estátua de bruxos sobre trouxas segue também intocada. O Sr. Weasley não está nessa cena.

O trio de atores que fizeram Harry, Rony e Hermione estavam muito bons com trejeitos explanados no livro e reações próprias, sem falar nas vozes do personagem original que os mesmo ficaram! Umbridge segue a mesma chata e vaca de sempre, com suas roupinhas rosas e tudo mais. Harry, como Alberto Rucorn, não utiliza da capa da invisibilidade no Ministério da Magia, na verdade ele nem a usa neste filme. O olho de Alastor Olho-Tonto Moody encontrava-se na porta de Umbridge, onde Harry retirou-o, porém não aparece quando ele enterra-o. As fichas de registro dos membros da Ordem da Fênix e, principalmente, dos membros já mortos com o "X" vermelho sobre suas fotos foram realmente muito chocantes, inclusive quando o mesmo "X" encontra-se sobre a foto de Dumbledore, e outra tratando Hermione como extremamente perigosa.

Harry (Alberto) vai ao tribunal com Reginaldo Cattermole, que na verdade é Rony, onde o efeito da poção polissuco se desfaz e ele diz que Umbridge não deve contar mentiras. Uma cena incrível, pois Harry realmente está transtornado, depois de tudo o que viu contra ele e seus grandes amigos dentro do Ministério da Magia. As cenas a seguir mostram mais uma bela sequência de ação do longa: Dementadores correm atrás do trio e mais a Srª. Cattermole até o elevador, onde Harry conjuga um Patrono e afasta-os.


Depois de tudo Harry e Hermione já assumiram suas formas naturais vêem Rony ser beijado, em uma cena muito engraçada, com o verdadeiro marido chegando e presenciando aquela cena. Mesmo com todo o clima de pressão e perseguição o diretor, juntamente com J.K, que se tornou produtora nesses dois últimos filmes da série, fizeram um trabalho incrível.

Depois de toda a perseguição temos a cena de Rony estrunchado e Hermione chorando compulsivamente com todos atônitos vendo o amigo quase morto é muito chocante, ou pelo menos angustiante! Finalmente a jornada nas florestas e planícies britânicas começa. Ficou realmente ótima a cena de tentativas de destruir o medalhão por magia, muito bem bolada. Vemos toda a raiva que Harry já está do mesmo. Vemos Voldemort descobrindo quem roubou a Varinha das Varinhas de Gregorovitch e após matando-lo.

Se me lembro bem é nessa parte de viagem que Harry escuta no radio de Rony que Hogwarts estar sendo dirigida por Snape, ficou diferente do livro mas entrou no contexto do filme, então eu não vi problema nisso. Outra cena que eu achei ótima foi a da Hermione quase sendo encontrada pelos Caçadores de Recompensa, porém mostrando a eficácia dos feitiços de desilusão lançados em torno da barraca. Achei uma cena incrível, mesmo, pois encaixou-se e só teve a acrescentar no filme.

Depois disso temos começo do ciúme de Rony que é muito bem trabalhado por Rupert, pois ele realmente se transformou enquanto carregava o medalhão por tanto tempo. Sua maquiagem também ajudou bastante. Ficaram muito bem boladas as cenas de vários lugares de acampamentos, Comensais da Morte voando por aí em busca de Harry, e o tempo passando e cabelo e barba crescendo, algo realmente notável, com Hermione após cortando o cabelo de Harry.

Ai temos a tão esperada cena da briga entre Harry e Rony, e ai vai mais um ponto pro trio em termos de atuação, estavam todos ótimos em cena principalmente o Rupert que teve sua melhor atuação da série, pois realmente entrou exatamente, ou quem sabe até mais, do que o livro lhe oferecia. Hermione tem um choro sofrido, confuso, um choro de amor por perder o amado, um choro de não poder deixar quem pode salvar os dois mundo, um choro por não largar os ideais que jurou lutar. Harry ficou com um ar "superior", não podemos deixar de dar os parabéns também à Daniel. Se houve um cume de superioridade de atuação, esta é a cena! Hermione deixando uma pista para Rony são desses gestos simples que mostram o amor verdadeiro, sorte que Harry mostra-se incrivelmente seu melhor amigo ajudando-a.

Amizade, que palavra linda não acham? Mas é ela que nos de presente uma das cenas mais puras e lindas do filme: no rádio está tocando a música "O Children", do Nick Cave & The Bad Seeds, onde Harry traz uma Hermione afundada em depressão e choros para uma dança de libertação, de verdadeiro incentivo sem sequer ser dita uma palavra. É uma dança esquisita, como ingleses fariam, quase engraçada se não fosse seu propósito final, demonstrar o valor de uma verdadeira amizade.

“Abro no fecho” é isso que estava escrito no pomo quando Harry coloca ele perto da boca, e a cena seguinte serve de ponte para uma das minhas partes favoritas do filme e do livro também.

Esta cena começa brilhantemente iniciada com Harry justificando porque ele e Hermione não chegaram a Godric Hollow com a forma de outras pessoas. Não me lembro a frase exatamente, mas Harry disse que tinha de voltar no lugar onde seus pais morreram e sua vida mudou da mesma forma de que saiu. Obviamente este texto foi criado por J.K. Rowling, pois ele tem "a cara dela", combinando com a forma de criação textual da série.

A cena do cemitério decorre exatamente como no livro, com Hermione encontrando o túmulo de Ignoto Peverell e Harry o de seus pais. Nada é cogitado sobre a família de Dumbledore, pois a Tia Muriel já havia dito algo no casamento. Não vemos a estátua de Harry e seus pais.


Depois vemos a casa destruída de Harry segue no mesmo lugar, porém ela não estava oculta, não tinha nenhuma placa de incentivo, muito menos Harry tocou na cerca da casa. Tivemos rápidos relances de uma cena que pareceu ser quando Voldemort assassinou os pais de Harry, mas nada que desse para ser muito bem identificado.

O Ataque de Nagini a Harry é incrível, pois Batilda é realmente assustadora até para adultos.As moscas indicando o corpo apodrecido de Batilda foi algo bastante realista de se mostrar. Quem gostaria de tê-la como vizinha? Acredito que ninguém. Só não entendi quando Nagini ataca Harry e eles caem em um quarto infantil extremamente arrumado e novo. Seria aquele o quarto de Harry? A casa de Harry dividia a parede com a casa de Batilda? Batilda viu Lílian e Tiago Potter serem mortos? Lá vou eu com as minhas teorias malucas. (saudade de Lost eu acho.)

Então Harry e Hermione conseguem fugir da casa, depois vemos que Harry ficou desacordado por dias e Hermione quebrou sua varinha, conforme no livro, embora Daniel não tenha dado o drama necessário a perda de sua varinha. Harry realiza uma leitura do livro sobre Dumbledore, porém nada é relatado ao público. A Corça Prateada decorre-se da mesma forma, até o mergulho de Harry no lago congelado para pegar a espada, outra cena onde Daniel se saiu muito bem, pois a mesma foi realmente grava debaixo d'água! O lago ir se fechando e o mistério sobre quem era o salvador ou salvadora de Harry ficou muito bem feito também.

Então vemos que quem salvou Harry foi Rony, e ai chegamos a o ponto culminante do filme quando Rony com a espada tenta destruir o medalhão, quando ele se abre e vemos todas as visões, literalmente realizadas, inclusive o texto, então posso dizer mais nada além da perfeição atingida. O beijo que dura aproximadamente 20 segundos no cinema significa muito.

Quando Harry acorda Hermione e ela bate em Rony pela sua volta e ele explica, igualzinho ao livro do porque e como voltou é uma cena engraçada e bonita! "Harry Potter me entregue a minha varinha!" foi ótimo! "O pontinho de luz entrou aqui, bem aqui!", isso talvez seja pelas leituras do livro de "como encantar uma bruxa" que o Rony andava lendo, que não foi mencionado no filme.

Harry ganha de Rony uma varinha que faz estragos com um feitiço simples, o que tornou a cena engraçada, principalmente com a fúria de Hermione. Quando Hermione sugere a ida a casa dos Lovegood, Rupert se supera fazendo um humor muito bom na pele de Rony. A casa dos Lovegood é exatamente como descrita no livro, e o clima de humor levado a cena soa muito bem com os estranhos Lovegood. Nada é falado sobre a prensa d'O Pasquim. Nada é falado sobre o Chifre de Erumpente. Nada é falado sobre o busto de Rowena Ravenclaw. E também não temos o que na minha opinião é uma parte linda do livro, é quando Harry vê o desenho dele e seus amigos juntos com Luna no teto do quarto da mesma.

Logo em seguida temos a narração da lenda das Relíquias da Morte contada por Hermione e sendo mostrada por uma animação esplendorosa. Vemos também o significado do símbolo das relíquias e logo em seguida somos levados a uma cena onde Xenofílio mostra que o nome de Voldemort está azarado assim chamando os Comensais da Morte.

Quando Harry, Rony e Hermione fogem da casa destruída dos Lovegood, mais uma vez somos levados a uma incrível cena de perseguição, diferentemente do livro, eles tem para onde correr, e correm! Hermione mutila o rosto de Harry e ele tem a visão de Voldemort com Grindewald e ele diz que a Varinha das Varinhas está no túmulo de Dumbledore. Scabior descobre que a pessoa mutilada é Harry Potter e leva-o para a Mansão Malfoy, tal qual como no livro. Lobo Greyback quase não tem fala alguma no filme.

Estamos no clímax do filme, onde conhecemos a casa dos Malfoy onde temos a cena de tortura que Bellatriz faz em Hermione. Também ficou muito boa a cena do porão com Olivaras, Luna, Harry, Rony e o duende de Gringotes, Grampo, mesmo que ele mal tenha tido falas no filme. Bellatriz é realmente incrível! Helena faz um trabalho inexplicável com ela, mostra toda a excentricidade e trejeitos que só ela consegue dar vida através de Bellatriz. Hermione ganha uma tatuagem igual a de Harry, só que dessa vez escrito "Sangue Ruim". A morte de Rabicho não é tratada nesse momento, espero que seja explorada na parte 2. A batalha e toda a cena após o duelo na Mansão Malfoy é extremamente fiel ao livro. Dobby é brilhante ao dizer que não queria matar, apenas mutilar e causar ferimentos graves, ou seja, o Elfo mais querido e fofo do mundo.

"Dobby não tem mestres. Dobby é um Elfo livre. Dobby veio salvar Harry Potter e seus amigos."

Pronto pessoal juro que já estou acabando viu. Dobby aparata e leva todos os amigos de Harry a salvo para o Chalé das Conchas, conforme o livro nos mostra, porém ele tem uma morte muito dolorida ao público. Foi algo que mesmo o mais duro dos homens encheu os olhos d'água, se bem que no livro eu imaginei essa cena no inicio da noite, mas o drama fico igual a do livro. Dobby com certeza sempre foi um dos personagens mais queridos da série, principalmente após um filme onde o mesmo foi tão querido. Não fizeram a lápide do túmulo do Dobby, mas sua morte já foi muito bem tratada, principalmente com a sua frase final que é de botar pra chorar mesmo: "Que lugar bonito para estar com o amigos." E assim vemos ele morrer.

Depois do enterro somos levados para as terras de Hogwarts com um Voldemor extremamente agressivo, violando o túmulo de Dumbledore com todas as suas forças e destruindo-o. A trilha sonora teve seu momento mais incrível. Voldemort estava sublime, completo, satisfeito e vencedor. Assim termina a primeira parte de Relíquias da Morte que na minha opinião não foi um filme 100% fiel ao livro mas me arrisco dizer que foi 88% super fiel, sem contar que a trilha sonora estava magnífica e totalmente no clima do filme. Então que venha a parte 2 no ano vem.

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